segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Por hora !

Por hora esquecera o afeto, o reflexo imaginário, esquecera os abraços, os sorrisos, esquecera-se de si... Por hora vagou sobre a imensidão do silêncio, deixou os diálogos de lado outrora das inúmeras vezes que se pegou conversando consigo mesmo diante de suas memórias, por hora chorou, e já não mais expressando qualquer sentimento esgotado de sofrer, levantou, e no caos que habitava sua mente por alguns instantes se viu perdido, ou talvez encontrara os motivos que o fizessem levantar e seguir em frente.

Por hora todas as suas percepções de vida encontravam-se turvas, incrédulas... Por hora, percebeu a estranheza do ser humano e tomado por um impulso suicidou seus ideias, suicidou o achismo incontrolável e parou de tomar sua vida como um capítulo diário a ser lido por outrem quando em verdade, deixou de ser autor para ser espectador de si mesmo, plantou ironias e colheu tantas e outras verdades que ao se embriagar de sonhos, como um script qualquer rabiscado a punhados de fábulas, moveu todas as peças de um tabuleiro imaginário  e começou a viver.

Por hora, parou de se preocupar com o que pensavam sobre seu cabelo azul e o modo como andava, por hora, resolveu extrair todos os pesos que tomavam o seu corpo, resolveu não mais abraçar o mundo como se todos os problemas pudessem ser resolvidos de um jeito simplório das inúmeras vezes que dissera sim para todos e então, conheceu o pior das pessoas e enxergou a vida um pouco mais amarga e sincera, por hora, percebeu quem são seus verdadeiros amigos e das sombras que habitavam ao convívio diário se dissiparam ao passar do tempo...

Por hora, o imaginário inseguro já não mais surtia efeito ao seu olhar entristecido de saudade, por hora, se deu o luxo de viver e de conhecer a liberdade...E por hora, ser feliz!


Autor: Leandro C. de Lima 
Instagram: @umcanceriano_