Lembro-me bem daquela tarde
ensolarada de 28 de novembro de 2015, era sábado, e eu havia acabado de sair
daquela prova massiva da OAB totalmente desgastado e a única coisa que talvez revigorar
minhas energias era estar com ele, porém para minha surpresa, ao ligar o
telefone recebi aquela mensagem de bom dia enviada por volta do meio dia dizendo
ao final “eu te amo” e claro, eu estava em êxtase.
Cheguei em casa cansado e mesmo
assim, liguei pra saber se podíamos nos ver, e apesar das inúmeras vezes que
chamou ele não atendeu... Por volta das 17:30 liguei novamente e ele disse que
estaria na companhia de sua mãe e por achar eu estivesse cansado, optou por não
me incomoda o que me causou certa estranheza e alguns minutos após retornar a
ligação, me dissera que havia encontrado com certeza pessoa que me causo
verdadeiro espanto, porém havia me convidado para “ir ao cinema” ...
Sem saber o que fazer e temendo o pior, liguei
pra duas amigas e ambas disseram pra que mantivesse calma e chegar no Shopping,
aquela mensagem de eu te amo enviada ao meio dia havia desparecido como sopro e
percebi que ele havia marcado com outra pessoa e que havia se apaixonado e não terminou
comigo temendo que pudesse interferir diretamente na OAB e sabe quando você
simplesmente ignora a dor por não saber o que sentir?
Duas porradas num dia só, a
reprovação da OAB e meu namoro de 4 anos e meio indo para o ralo...
Avistei indo embora pela escada
rolante e como naquelas cenas de cinema em que casais correm desesperadamente
para se desculpar acompanhado da Trilha Sonora de suas vidas eu o vi partir ...
E nesse intervalo de 2 (dois) anos, 2 (dois) meses e 26 (vinte e seis) dias, eu
me vi simplesmente vazio...
São 2 (dois) anos em que me dei
conta de que o amor é relativo e não toda essa fantasia que se rabisca a
carência refletida em nossas emoções, me dei conta, que por anos eu costurei
minhas razões remendada a expectativas que com o passar do tempo, desfiou-se..
.
Na verdade, quantas vezes
costuramos nossas razões a expectativas?
Então, resolvi encarar a verdade
que estar sozinho não se tornou uma opção ou aquela voz que inconscientemente me
encoraja a fugir, embora que tivesse fugido
algumas vezes e me deparado com pessoas incríveis, eu não permanecia por saber
que amar não só entreter momentos, é entrega, é perda, é ganho e por vezes,
amar é saber realinhar os fios costurados pelas razões erradas e sim, alinhar o
eixo exato de sua relação...
Lembro-me que exatamente em 28 de
novembro de 2017, precisamente 2 anos, eu me dei conta do quanto eu agradeço
por ele ter me deixado e apesar de saber que deu certo de certa forma... não me
amava suficientemente para ficar....
E que o amor nada mais é que uma
estrada...
Autor: Leandro Carvalho de Lima