Desenhista : Victor Matheus |
Por tempos eu havia pedido a sensação de gosta de alguém, de criar
expectativas, de construir sonhos, do habito de dizer “eu te amo” ao silêncio
dos olhos. Por tempos, pessoas passavam por minha vida e eu, frígido, fazia de
conta que eram meros coadjuvantes nesse cenário catastrófico construído por
mim. Eu as evitava, ou por certas vezes transava por transar sem qualquer grau
de sentimento, sim, eu era frígido, porém minha vontade era de gritar “me ame”,
“não me deixe”, mas a ideia de depender emocionalmente de alguém não me
permitia, e sim, continuava frígido.
Por vezes cruzei meu olhar com tantos outros na iminência de me
apaixonar, mas eram tentativas frustradas, e meu desejo de gostar de alguém
acabava inerte. Posto que as mesmas ilusões rabiscadas por meus pensamentos tragavam
qualquer atitude que viesse tomar por medo de amar, sim, eu possuía medo,
receio, e convencido desse se sentimento me fechei, cheguei a pensar que seria
uma fase como outra qualquer, mas ao tomar aquele expresso frio esquecido, me
dei conta do quanto a vida passava diante de meus olhos, foi então, que me peguei
desenhando aquele olhar preso na memória daquele rapaz que havia me tocado o
coração das vezes que o vi, será?
Não, eu não queria me apaixonar, era contraditório, confuso, mas
me peguei pensando se ele gostava dos desenhos que fazia, das poesias que
escrevia, se gostava dos mesmos seriados que assistia, será que ele gostava de
Harry Potter? Talvez gostasse, ou talvez odiasse a ideia de gostar de alguém
que beijasse com gosto de café, tem quem odeie, mas no fundo não mas me
preocupava com isso, apenas desenhei o seu olhar me perguntando tanta coisa sem
ter, sem sentir.
Sim, eu não mais me preocupava em agradar...
Autor: Leandro C. de Lima