quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Meu imaginário...



Me perdia ao contar as estrelas, na verdade, meu vício de desenhar sonhos em linhas imaginárias era quase uma constante e de minha ‘alma infante, adormecia oculta a realidade voraz de um mundo fadado ao fracasso. 

Por horas, percebia que o silêncio da noite era tão mais perturbador que o sussurro da saudade e por alguns instantes, ignorei a possibilidade de me alimentar de dúbios pensamentos que ali me fomentavam o desejo da felicidade, por horas, sem qualquer intuito caminhei sem rumo e da insegura sensação de me sentir amado, deixei de agradar a quem devia e comecei a me procurar entres os emaranhados escombros deixados por um passado rabiscado e obscuro, por horas, desenhei por entre as estrelas todo amor que procuro.

Foi então que ali deitado percebia, que o amor é um mero instrumento de contemplação de quem sacia o desejo de amar a si mesmo. Deixei de insinuar vontades e comecei a decifrar o meu olhar entristecido e me encontrei vazio....

Regozijei certas loucuras e de tantas outras torturas insensatas, busquei o mesmo descanso e a paz que me refletiam as estrelas. E de tanto me querer feliz, me abandonei de mim e foi então, que dá voraz vontade de me encontrar vociferei meus anseios e finalmente, a turva imagem refletida por meu olhar voltavam a ser como antes, amantes e livre de todas as magoas já sentidas, sofridas por engolir calado tantos os erros hoje enterrados ao último grão do centeio esquecimento ... 

Foi então que ali deitado percebia, que do meu ventre intento, me levantava tão menos inseguro, inconstante e que das imagens trazidas pela saudade, nada mais eram que paisagens rabiscadas a certas memórias de quem um dia amou .... 

Foi então que ali deitado percebia, que voltara a sorrir sem desaguar sofrimento...

domingo, 20 de dezembro de 2015

Dês Tino



Quem disse que enlouqueço? Ainda que me viesse maus pensamentos afronta aos que me circundam, me construo diante de uma sociedade tão torpe. Quem sabe a sanidade de alguns possa me servir de consolo a conselhos que o silêncio meramente reflete sobre mim, muitas vezes deixei de ser eu mesmo e busquei um pouco avantajar caminhos como quem se permite a caminhar passos bem maiores á outras pegadas. Frívolos como quem anseia a liberdade de alcançar o céu mesmo sem ter trafegado ao inferno, procuro não me enquadrar aos que se permitem a mesmice, o pecado pode ser muito vantajoso quando se tem ao lado o gosto de errar para se chegar ao certo.

E por tantas vezes me peguei falando sozinho cogitando palavras que de fato condenam minha sanidade, como posso estar louco? Será que minha realidade é somente um mero instrumento de Deus há escolhas malsucedidas decifradas ou aceitas justificadas por um conceito denominado destino? Uma vez concebida a ideia, ela se torna fixa, convexa. Até achei que as doses extras de cafeína haviam enraizado em mim certa loucura, percebo a cama vazia e meu corpo cansado e mesmo assim ainda continuo acordado tramitando pensamentos. Olho-me no espelho e lembro minha mãe dizer o quão envelheço a tardanças de minhas noites mal dormidas conversando com as horas a fora com pessoas as quais nunca vi se somente o sentimento que perdura o coração vinculado ao conceito de “amizade”.

E lentamente retirando o velho conceito afagado pela saudade do meu antigo eu, vou quem sabe justiçando os meus erros ou os meus fracassos ao destino que me condenasse vindos das mãos do criador. Foi então que percebi que não somos humanos meramente ilustrativos e muito menos o fantoche de uma criação, se temos a chance de decidir entre duas escolhas, as consequências seriam o resultado de todas as nossas atitudes e já que o criador nos dá esse poder, que sejamos justos. De nada vale o poder de escolhas quando muitos se deixam levar por tantas fraquezas, o destino é apenas a desculpa inventada pelo erro para que tenhamos alguém a que culpar quando não temos a coragem de assumir que erramos.

Agora esse é o ponto? Até onde você pode assumir? Pense nisso.

Autor: Leandro Saldanha (Leandro. C. de Lima)

Fugas ...




Meu coração envereda a caminhos distintos, eu já sei se me perdi ou me encontrei neste vasto plano de vida. Minh ´alma foge olhos, tomou partido de si e foi-se aventurar a outros oceanos e dos enganos que vivi ou das tempestades que passei, reaprendi que sofrer já não mais fazia parte de meu sorriso.

Foi então, que tomei coragem e segui, tomei posse deste corpo embebecido das saudosas lembranças e deixei o passado rabiscado a outras frases, e no brio das fraquezas envelhecidas, abandonei as impiedosas intenções de quem me quer no deserto dos meus pensamentos, pois dos desalentos, me perdi na procura de querer amar e ser amado como quem almeja a reciprocidade como a fosse uma obrigação de vida, foi então que me dei conta, que das definições do amor que me faziam crer nessa ilusão tardia de felicidade, a vida pode ser bem dura com as escolhas imperfeitas das infidelidades.

Porém não quero viver de vazio, de quem se senta na mesa de bar esquecido por amores perdidos, tentando encontrar a sensatez de quem pediu duas doses e tentou esquecer quem amou ...