O jantar servido na mesa, o silencio
gritando entre os quartos, eu que nunca fui de me sentir estranho me vi vazio
em seu olhar. Sustentei tantas mentiras, suportei as aparências tão somente por
você, desgastei o meu sorriso desenhado entre os enganos e dos planos revividos
tantos anos, aprendi a me querer sem ter que me perder ou me ganhar, quem muito
cobiça o alheio acaba só, sem ter a quem amar.
Quantos beijos foram dados como agrado
sem sequer querer beijar, meu pensamento audaz gritou querer a liberdade que
você não soube dar, você naufragou tantos sonhos e no enlaço devaneio da saudade,
você se tornou a desvaidade que por vezes fingiu querer viver todo esse amor e
não viveu, você se tornou esquecimento e eu, me tornei esperança tão sentida do
pouco de mim que ainda sobreviveu.