Não é que eu tenha me tornado
frigido demais, apenas não possuo mais paciência, e com o tempo, me apaixonar
vai se tornando quase uma tormenta para quem tenta. Com o tempo, o desapego nos
afaga, e a necessidade de encontrar alguém com quem dividir sonhos vai se dissipando,
como fragmento esquecido por entre as dores outrora sentidas.
E por serem sentidas, nos
tornamos criteriosos na maioria das vezes em que tudo torna-se arbitrário, então,
nos tornamos chatos, pondo a carência em seu devido lugar a medida em que a
razão toma conta de nossas decisões nos impedido de nos entregar para qualquer
um...
E por não nos entregarmos, a
oferta do carinho muitas das vezes é pequena quando em verdade, temos o costume
de nos afastar de quem verdadeiramente quer ficar, talvez esse processo
seletivo emocional reflete não somente um mecanismo de defesa, como quem cria
uma reação claustrofóbica com a intimidade e justifica suas atitudes em jogos
de desinteresse...
E por tanto jogar, você vai
esquecendo o gosto de receber um convite para jantar, o gosto de um cortejo, ou
das vezes que recebeu um carinho de dedo no cinema enquanto você atentamente
via o filme sendo admirado sem qualquer festejo.... Você vai esquecendo... E
por esquecer, você se perde, se encontra, se perde novamente até entender que a
dor é tão necessária quanto a certeza de que estar só, nem sempre é tem um lado
negativo
E por não ter um lado negativo,
você reaprende, se reorganiza e segue... Talvez num próximo tropeço alguém o
levante olhando intensamente em seus olhos e diga: CUIDADO, mas posso ficar e
segurar sua mão....
Autor: Leandro C. de Lima
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