sábado, 7 de outubro de 2017

Me deixe ficar

Não é que eu tenha me tornado frigido demais, apenas não possuo mais paciência, e com o tempo, me apaixonar vai se tornando quase uma tormenta para quem tenta. Com o tempo, o desapego nos afaga, e a necessidade de encontrar alguém com quem dividir sonhos vai se dissipando, como fragmento esquecido por entre as dores outrora sentidas.

E por serem sentidas, nos tornamos criteriosos na maioria das vezes em que tudo torna-se arbitrário, então, nos tornamos chatos, pondo a carência em seu devido lugar a medida em que a razão toma conta de nossas decisões nos impedido de nos entregar para qualquer um...

E por não nos entregarmos, a oferta do carinho muitas das vezes é pequena quando em verdade, temos o costume de nos afastar de quem verdadeiramente quer ficar, talvez esse processo seletivo emocional reflete não somente um mecanismo de defesa, como quem cria uma reação claustrofóbica com a intimidade e justifica suas atitudes em jogos de desinteresse...

E por tanto jogar, você vai esquecendo o gosto de receber um convite para jantar, o gosto de um cortejo, ou das vezes que recebeu um carinho de dedo no cinema enquanto você atentamente via o filme sendo admirado sem qualquer festejo.... Você vai esquecendo... E por esquecer, você se perde, se encontra, se perde novamente até entender que a dor é tão necessária quanto a certeza de que estar só, nem sempre é tem um lado negativo


E por não ter um lado negativo, você reaprende, se reorganiza e segue... Talvez num próximo tropeço alguém o levante olhando intensamente em seus olhos e diga: CUIDADO, mas posso ficar e segurar sua mão....

Autor: Leandro C. de Lima

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