Minha ausência nunca fui
desleixo, embora tenha me importado menos, eu sempre estivera aqui, na verdade,
eu sempre me importara e sempre me propunha a abraçar a quem quer que fosse, até
perceber que nem todos os abraços me eram devolvidos. Então, eu me ausentava,
mas não por desleixo, e sim, por legitima defesa, e me isolava lentamente
daquele estado ébrio que me entalava a garganta por me envolver demais.
Minha ausência nunca foi
desleixo, e na medida do tempo que passava, o café esfriava, e por fim, poucos
permaneciam em minha vida com a certeza de que sempre estivera no mesmo
lugar...
O fato é que confundiam minha
ausência com a falta do interesse e digo, eu me interesso, se minha mãe chegou
bem de um dia cansativo de trabalho, eu me interesso pelos livros estacionados
em minha estante ou se meu filme favorito irá reprisar na sessão da tarde, e
nossa, como me interesso pelas pessoas que passam por mim e me pergunto sobre
suas histórias e sobre seus dias...
Na verdade, minha ausência nunca
foi desleixo, mas nossos diálogos que perderam o costume, e por se perderem,
nos deixamos de lado e seguimos em frente sem retorno ou entender que toda
ausência possui uma razão preexistente...
Na verdade, por muito tempo eu
fui ausente de mim por ser presente demais e por ser presente demais, eu me
feria...
Hoje, tenho escutado sobre minha
ausência de muitos que me tiveram presente e digo, me dê licença...
Mas vou cuidar de mim...
Autor: Leandro C. de Lima
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