sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Me dê licença...

Minha ausência nunca fui desleixo, embora tenha me importado menos, eu sempre estivera aqui, na verdade, eu sempre me importara e sempre me propunha a abraçar a quem quer que fosse, até perceber que nem todos os abraços me eram devolvidos. Então, eu me ausentava, mas não por desleixo, e sim, por legitima defesa, e me isolava lentamente daquele estado ébrio que me entalava a garganta por me envolver demais.

Minha ausência nunca foi desleixo, e na medida do tempo que passava, o café esfriava, e por fim, poucos permaneciam em minha vida com a certeza de que sempre estivera no mesmo lugar...

O fato é que confundiam minha ausência com a falta do interesse e digo, eu me interesso, se minha mãe chegou bem de um dia cansativo de trabalho, eu me interesso pelos livros estacionados em minha estante ou se meu filme favorito irá reprisar na sessão da tarde, e nossa, como me interesso pelas pessoas que passam por mim e me pergunto sobre suas histórias e sobre seus dias...

Na verdade, minha ausência nunca foi desleixo, mas nossos diálogos que perderam o costume, e por se perderem, nos deixamos de lado e seguimos em frente sem retorno ou entender que toda ausência possui uma razão preexistente...

Na verdade, por muito tempo eu fui ausente de mim por ser presente demais e por ser presente demais, eu me feria...

Hoje, tenho escutado sobre minha ausência de muitos que me tiveram presente e digo, me dê licença...


Mas vou cuidar de mim...

Autor: Leandro C. de Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário