quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Estrada...

Lembro-me bem daquela tarde ensolarada de 28 de novembro de 2015, era sábado, e eu havia acabado de sair daquela prova massiva da OAB totalmente desgastado e a única coisa que talvez revigorar minhas energias era estar com ele, porém para minha surpresa, ao ligar o telefone recebi aquela mensagem de bom dia enviada por volta do meio dia dizendo ao final “eu te amo” e claro, eu estava em êxtase.

Cheguei em casa cansado e mesmo assim, liguei pra saber se podíamos nos ver, e apesar das inúmeras vezes que chamou ele não atendeu... Por volta das 17:30 liguei novamente e ele disse que estaria na companhia de sua mãe e por achar eu estivesse cansado, optou por não me incomoda o que me causou certa estranheza e alguns minutos após retornar a ligação, me dissera que havia encontrado com certeza pessoa que me causo verdadeiro espanto, porém havia me convidado para “ir ao cinema” ...

Sem  saber o que fazer e temendo o pior, liguei pra duas amigas e ambas disseram pra que mantivesse calma e chegar no Shopping, aquela mensagem de eu te amo enviada ao meio dia havia desparecido como sopro e percebi que ele havia marcado com outra pessoa e que havia se apaixonado e não terminou comigo temendo que pudesse interferir diretamente na OAB e sabe quando você simplesmente ignora a dor por não saber o que sentir?

Duas porradas num dia só, a reprovação da OAB e meu namoro de 4 anos e meio indo para o ralo...
Avistei indo embora pela escada rolante e como naquelas cenas de cinema em que casais correm desesperadamente para se desculpar acompanhado da Trilha Sonora de suas vidas eu o vi partir ... E nesse intervalo de 2 (dois) anos, 2 (dois) meses e 26 (vinte e seis) dias, eu me vi simplesmente vazio...

São 2 (dois) anos em que me dei conta de que o amor é relativo e não toda essa fantasia que se rabisca a carência refletida em nossas emoções, me dei conta, que por anos eu costurei minhas razões remendada a expectativas que com o passar do tempo, desfiou-se..
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Na verdade, quantas vezes costuramos nossas razões a expectativas?

Então, resolvi encarar a verdade que estar sozinho não se tornou uma opção ou aquela voz que inconscientemente me encoraja a  fugir, embora que tivesse fugido algumas vezes e me deparado com pessoas incríveis, eu não permanecia por saber que amar não só entreter momentos, é entrega, é perda, é ganho e por vezes, amar é saber realinhar os fios costurados pelas razões erradas e sim, alinhar o eixo exato de sua relação...

Lembro-me que exatamente em 28 de novembro de 2017, precisamente 2 anos, eu me dei conta do quanto eu agradeço por ele ter me deixado e apesar de saber que deu certo de certa forma... não me amava suficientemente para ficar....

E que o amor nada mais é que uma estrada...


Autor: Leandro Carvalho de Lima

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